domingo, outubro 01, 2006

Hoje é dia de escolher...


Trinta e um anos depois, o que é preciso saber sobre Vladimir Herzog? Que ele morreu no dia 25 de outubro de 1975, durante uma sessão de tortura, na rua Tomás Carvalhal, 1030, no bairro do Paraíso, em São Paulo, num prédio utilizado pelo Destacamento de Operações Internas – Comando Operacional de Informações do II Exército?

Que os militares divulgaram fotos mostrando seu corpo em um uniforme verde, numa sala com um colchão e pedaços de anotações espalhados sobre os tacos do piso, em torno de uma cadeira de plástico? Que a cabeça pendia para o lado e as pernas se abriam para os dois lados, única e improvável maneira de alguém se enforcar com o cinto do uniforme na grade baixa colocada diante dos tijolos de vidro que garantia luz para a sala?

O que é preciso saber sobre Vladimir Herzog? Que o Inquérito Policial Militar foi manipulado do começo ao fim para concluir que a versão oficial, de que ele cometera suicídio, estava certa?O que é preciso saber sobre Vladimir Herzog?

É preciso dizer que a morte de Vlado, noticiada pelos jornais já livres da censura foi a primeira a chocar a classe média, que cinco mil pessoas foram a catedral da Sé para um ato ecumênico que se tornou o primeiro grande protesto contra a tortura em muitos anos?

Poderia descrever a barbárie, o sangue frio, os métodos, a fraqueza do governo ou então poderia destacar os que divulgaram mentiras na tribuna da Assembléia Legislativa e em colunas de jornais, mas, sinceramente, não sei do que isso adiantaria...

”A morte de Vladimir Herzog mudou o Brasil. Provocou a primeira reação popular contra a tortura, as prisões arbitrárias, o desrespeito aos direitos humanos. A morte de Vlado abortou um golpe dentro do golpe, estancou uma operação em marcha – teria sido um mero acidente de trabalho? E não é exagero dizer que ali, naquele prédio escuro do DOI-CODi, no confronto entre um homem encapuzado e seus algozes, começou a grande transformação que fez o Brasil voltar ao caminho da democracia.” – Paulo Markun, jornalista

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Pra mim, esse tema de Vlado está um tanto quanto batido, mas msm assim as pessoas não se lembram dele.
Quem sabe quem é, enjoou da historia, quem não sabe de nada muda suas palavras.
Acho que o melhor do seu texto, foi o título.

Pois hoje é dia de escolher.

Parabens pela iniciativa.

8:12 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Te amo, muito!!

Beijao

9:30 PM  

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