quarta-feira, julho 16, 2008
segunda-feira, dezembro 04, 2006
“Meu pai contou para mim; eu vou contar para meu filho.
Quando ele morrer? Ele conta para o filho dele.
É assim: ninguém esquece”
Quando ele morrer? Ele conta para o filho dele.
É assim: ninguém esquece”
(Kelé Maxacali, índio da aldeia de Mikael, Minas Gerais, 1984).
quinta-feira, novembro 09, 2006
Escreve isto para memória num livro
"Lembrem-se do que aconteceu no passado:
Naqueles dias,
depois que a luz brilhou sobre vocês,
vocês sofrem muitas coisas,
mas não foram vencidos na luta
Alguns foram insultados e maltratados publicamente,
e outros tomaram parte no sofrimento dos prisioneiros.
E quando tiraram tudo que vocês tinham,
vocês surportaram isso com alegria
porque sabiam que possuiam coisa muito melhor,
que dura para sempre.
Portanto,
não percam a coragem,
porque ela traz grande recompensa"
(Trecho de "Brasil: Nunca Mais")
Teria sido um prazer, se fosse tão trágico escrever aqui.
quinta-feira, novembro 02, 2006
Direitos Humanos, para Humanos Direitos.
"Eu gostaria de saber por que REPRESENTANTES DA IGREJA,
DIREITOS HUMANOS, POLÍTICOS, IMPRENSA, ONG's E COMUNIDADE INTERNACIONAL só se
manifestam quando as "VÍTIMAS" são ASSALTANTES, PRESIDIÁRIOS, INTERNOS DA FEBEM.
E por que quando as vítimas são POLICIAIS, cidadãos dignos que pagam impostos
eles nem aparecem? DIREITOS HUMANOS PARA HUMANOS DIREITOS
LEVANTEM JÁ ESTA
BANDEIRA, Obrigado!!!"
Esse texto está publicado no blog do CirohCruz. (http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060804194638AA4fBhE), foi postado há cerca de seis meses.
quinta-feira, outubro 26, 2006
O Direito no Brasil... Zil.... Zil..
No Brasil de hoje, fala-se muito em Direitos Humanos; tornou-se politicamente correto mencioná-los. No entanto, há pouco mais de 15 anos, abordar os Direitos Humanos em nosso país era considerado subversão, os seus divulgadores eram mal vistos e até execrados como “defensores de bandidos” - o que não deixa, às vezes, de ter a sua veracidade.
A deturpação do significado dos Direitos Humanos era proposital por parte de grupos de extrema direita, aos quais interessava a consolidação do autoritarismo. Estas facções exploravam o medo da violência crescente e, sobretudo, a tomada de consciência das classes populares esmagadas ao longo de 21 anos de ditadura.
A acirrada incompreensão e a campanha contra os Direitos Humanos provêm do desconhecimento daquilo que eles representam. Mas sem os direitos Humanos, não pode haver sociedade livre, justa, solidária e tampouco democracia sólida. Só que, como respeitar os Direitos Humanos se os Direitos Humanos dos menos favorecidos foram esquecidos? Como respeitar os Direitos Humanos se, ao vermos um pobre pai de família, desempregado, ignorado por uma sociedade utópica e imoral e com dez filhos para sustentar, se vê obrigado a roubar um litro de leite para dar ao filho que chora de fome e, por este ato, acaba sendo preso, enquanto bandidos atrozes estão sendo defendidos pelos supostos Direitos Humanos? Onde está a solidariedade e a democracia dos Direitos Humanos?
Em seus 500 anos de história, foi o autoritarismo e não o Direito, que permeou as relações na sociedade e entre ela e o Estado.
O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão; e ela deixou marcas profundas na cultura do país. Nesta sociedade hierarquizada, dissimulada por uma ideologia de conciliação, “Direito” era sinônimo de privilégios que não alcançavam a maioria.
Não alcançavam, ou não alcançam?
quinta-feira, outubro 19, 2006
Com Ciência? Qual Ciência?
A cada ano, o dia 20 de novembro se consolida como uma data de grande significado no calendário histórico nacional. A memória de Zumbi dos Palmares reafirma-se no panteão dos heróis que escreveram, com a própria vida, a história do povo brasileiro, na luta por ideais grandiosos, tais como igualdade direitos humanos e justiça social. O Quilombo dos Palmares é um dos principais símbolos da resistência negra na época da escravidão.
Durante cem anos (1595-1695), Palmares constituiu um foco de resistência aos ataques da Coroa, conseguindo também ter uma vida social extremamente organizada, chegando a contar, em 1640, segundo os holandeses, quase dez mil quilombolas.
O negro é talvez o elemento que maior contribuição trouxe à formação da cultura brasileira. Nos porões dos navios negreiros, já vinham os germes do samba, do frevo, do candomblé, do carnaval, do culto à Iemanjá, do sabor quente e forte de nossa comida. Mas hoje, 113 anos depois de outorgada a abolição da escravatura, ainda podemos acompanhar a luta das ONGs com a questão racial para mudar a imagem social do negro no País.
A cultura negra sempre esteve atrelada à escravidão e ao preconceito. A maioria das pessoas acredita que existe um racismo silencioso, pois muitas delas preferem não falar sobre o assunto. "O racismo explícito, pelo menos no meio urbano, vai se enfraquecendo, principalmente por conta da consciência crescente de que é prática criminosa. Mas o preconceito (que é o racismo subterrâneo) continua. E é fomentado, principalmente, pelas novelas da Rede Globo, que são um veículo muito poderoso", comenta Nei Lopes, compositor e um dos maiores estudiosos de história do povo negro no Brasil.
Apesar do mito da democracia racial, os índices de desigualdade econômica e social entre negros e brancos demonstram o grau de racismo existente no País. A realidade contemporânea reflete estereótipos do tempo da escravidão, com o negro continuando a viver à margem da sociedade. Ainda segundo Nei Lopes, há razões históricas para isso: "A Abolição foi feita de qualquer maneira e não teve medidas que a complementasse. A sociedade de então optou claramente por branquear a nação pela imigração européia e jogou os recém libertos, literalmente, no lixo."
"1975. Tinha 14 anos, e estava no meio do pátio da escola, em um dos intervalos entre aulas. (...) E qual não foi minha surpresa quando ouvi, ali, no pátio da escola, aquela menina doce e educada declarar seu amor por mim. Surpreso com a declaração, e com vergonha de ser visto em público naquela situação, recusei seu pedido de namoro. Ao ouvir a recusa, ela fixou seus grandes e belos olhos em mim, e abaixou a cabeça. Ficamos em silêncio por alguns instantes, imóveis em nossas confusões. Quando ela novamente me encarou, soltou a corajosa e necessária pergunta: 'você não quer namorar comigo porque sou preta, não é?’" (Frenette, 2002:24)
Durante cem anos (1595-1695), Palmares constituiu um foco de resistência aos ataques da Coroa, conseguindo também ter uma vida social extremamente organizada, chegando a contar, em 1640, segundo os holandeses, quase dez mil quilombolas.
O negro é talvez o elemento que maior contribuição trouxe à formação da cultura brasileira. Nos porões dos navios negreiros, já vinham os germes do samba, do frevo, do candomblé, do carnaval, do culto à Iemanjá, do sabor quente e forte de nossa comida. Mas hoje, 113 anos depois de outorgada a abolição da escravatura, ainda podemos acompanhar a luta das ONGs com a questão racial para mudar a imagem social do negro no País.
A cultura negra sempre esteve atrelada à escravidão e ao preconceito. A maioria das pessoas acredita que existe um racismo silencioso, pois muitas delas preferem não falar sobre o assunto. "O racismo explícito, pelo menos no meio urbano, vai se enfraquecendo, principalmente por conta da consciência crescente de que é prática criminosa. Mas o preconceito (que é o racismo subterrâneo) continua. E é fomentado, principalmente, pelas novelas da Rede Globo, que são um veículo muito poderoso", comenta Nei Lopes, compositor e um dos maiores estudiosos de história do povo negro no Brasil.
Apesar do mito da democracia racial, os índices de desigualdade econômica e social entre negros e brancos demonstram o grau de racismo existente no País. A realidade contemporânea reflete estereótipos do tempo da escravidão, com o negro continuando a viver à margem da sociedade. Ainda segundo Nei Lopes, há razões históricas para isso: "A Abolição foi feita de qualquer maneira e não teve medidas que a complementasse. A sociedade de então optou claramente por branquear a nação pela imigração européia e jogou os recém libertos, literalmente, no lixo."
"1975. Tinha 14 anos, e estava no meio do pátio da escola, em um dos intervalos entre aulas. (...) E qual não foi minha surpresa quando ouvi, ali, no pátio da escola, aquela menina doce e educada declarar seu amor por mim. Surpreso com a declaração, e com vergonha de ser visto em público naquela situação, recusei seu pedido de namoro. Ao ouvir a recusa, ela fixou seus grandes e belos olhos em mim, e abaixou a cabeça. Ficamos em silêncio por alguns instantes, imóveis em nossas confusões. Quando ela novamente me encarou, soltou a corajosa e necessária pergunta: 'você não quer namorar comigo porque sou preta, não é?’" (Frenette, 2002:24)
domingo, outubro 15, 2006
E as mulheres??
“(...)Os filósofos queriam estabelecer determinados direitos de que todas as pessoas seriam titulares, simplesmente por terem nascidos como seres humanos. Até hoje falamos do "direito natural” que em certos casos pode se opor frontalmente às leis país. E até hoje vemos indivíduos - ou mesmo populações inteiras - que evocam esses 'direitos naturais' para se defender da falta de liberdade, da falta de direitos e da repressão.
- E como eram os direitos da mulher naquela época?
- A revolução Francesa de 1789 declarou uma série de direitos que deveriam valer para todos os cidadãos. Só que cidadãos eram basicamente os homens. Apesar disso, é exatamente durante a revolução Francesa que surge o primeiro exemplo de um movimento de mulheres.
- Não era sem tempo!
- Em 1787, o filósofo iluminista Condorcet publicou um artigo sobre os direitos da mulher. Nele, o filósofo garante às mulheres os direitos naturais dos homens. Durante a Revolução 1789, muitas mulheres participaram ativamente da luta contra a aristocracia. Por exemplo, foram elas que lideraram as passeatas que acabaram levando o rei a abandonar o seu castelo em Versalhes. Em Paris, formaram-se diferentes grupos de mulheres paralelamente à igualdade de direitos políticos em relação aos homens, elas reivindicavam também mudanças na legislação conjugal e melhores condições de vida.
- E elas conseguiram esses direitos?
- Não. Conforme aconteceu outras vezes mais tarde, a questão dos direitos da mulher foi colocada no bojo de uma revolução. Contudo, logo que as coisas se acalmaram numa nova ordem, a antiga predominância dos homens foi restabelecida.
- Típico...
- Uma das que mais lutou pelos direitos da mulher durante a Revolução Francesa foi Olympe de Gouges. Em 1791, dois anos depois da Revolução, portanto, ela publicou uma declaração dos direitos da mulher, Olympe reivindicava para as mulheres exatamente os mesmos direitos dos homens.
- E qual foi o resultado disso?
- Ela foi decapitada em 1793 e as mulheres proibidas de toda e qualquer atividade política.
(...)
___________________O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder, Cia. Das Letras, página 341.