O Direito no Brasil... Zil.... Zil..
No Brasil de hoje, fala-se muito em Direitos Humanos; tornou-se politicamente correto mencioná-los. No entanto, há pouco mais de 15 anos, abordar os Direitos Humanos em nosso país era considerado subversão, os seus divulgadores eram mal vistos e até execrados como “defensores de bandidos” - o que não deixa, às vezes, de ter a sua veracidade.
A deturpação do significado dos Direitos Humanos era proposital por parte de grupos de extrema direita, aos quais interessava a consolidação do autoritarismo. Estas facções exploravam o medo da violência crescente e, sobretudo, a tomada de consciência das classes populares esmagadas ao longo de 21 anos de ditadura.
A acirrada incompreensão e a campanha contra os Direitos Humanos provêm do desconhecimento daquilo que eles representam. Mas sem os direitos Humanos, não pode haver sociedade livre, justa, solidária e tampouco democracia sólida. Só que, como respeitar os Direitos Humanos se os Direitos Humanos dos menos favorecidos foram esquecidos? Como respeitar os Direitos Humanos se, ao vermos um pobre pai de família, desempregado, ignorado por uma sociedade utópica e imoral e com dez filhos para sustentar, se vê obrigado a roubar um litro de leite para dar ao filho que chora de fome e, por este ato, acaba sendo preso, enquanto bandidos atrozes estão sendo defendidos pelos supostos Direitos Humanos? Onde está a solidariedade e a democracia dos Direitos Humanos?
Em seus 500 anos de história, foi o autoritarismo e não o Direito, que permeou as relações na sociedade e entre ela e o Estado.
O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão; e ela deixou marcas profundas na cultura do país. Nesta sociedade hierarquizada, dissimulada por uma ideologia de conciliação, “Direito” era sinônimo de privilégios que não alcançavam a maioria.
Não alcançavam, ou não alcançam?